Publicado em: 19/08/2025 18:09:00
O sábado, 16 de agosto, foi de trabalho alegre, muita oração, conversa e música animada para os 160 agentes de pastoral da Paróquia São João Batista que se reuniram no salão paroquial de 8 às 17h, para avaliar sua caminhada pastoral e propor caminhos para o próximo triênio. O tema que guiou a reflexão foi “Caminhar juntos na Comunhão, Participação e Missão” e o lema “Ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3, 22).
O evento teve início com café da manhã e oração do Ofício Divino, onde os participantes citaram muitas das bênçãos alcançadas desde 2022 quando realizaram sua última assembleia. Na abertura do encontro o pároco, padre Geraldo Martins, explicou a importância da Assembleia como uma grande referência na caminhada pastoral e enfatizou que cada agente ali presente é um delegado que não vem em nome próprio, mas o faz em nome de sua comunidade: “aquilo que a gente decide junto, a gente faz junto”.
Comparou a Assembleia Paroquial com um check-up ou um raio x que se faz de todo o corpo para avaliar seu desempenho e tentar melhorar ainda mais. “Para definir caminhos, precisamos conhecer e discutir nossa realidade. Por isso, peço a vocês que estejam aqui de coração aberto para ouvir o que o Espírito Santo nos diz e responder aos desafios que enfrentamos”, disse.
“Espero que a assembleia não seja um vale de lágrima ou um muro de lamentação, mas um momento para decidir nossos caminhos e, ao final, pensar em quem pode nos ajudar nessa caminhada”, acrescentou. Padre Geraldo agradeceu aos assessores que estiveram nas comunidades auxiliando-as na reflexão que foi realizada em cada assembleia comunitária. Foram eles: Gilmar Marques da Silva, Jaqueline Maria Ferreira, Madalena Jacovine, Márcia de Paula Rodrigues, Mauro Lopes Duarte, Paulo Fernando da Silva, Regiane Aparecida Fonseca e Sandra Aparecida Viana de Souza, além do próprio pároco.
Voz dos Leigos
Após as orações, a primeira parte da assembleia foi a apresentação da síntese dos relatórios das assembleias comunitárias por Cida Zolnier que mostrou a avaliação feita pelas comunidades. Nos relatórios, o tempo atual foi definido como desafiador por causa do descuido com os valores cristãos, da falta de pertencimento comunitário por parte de muitos, do consumismo e do aumento de doenças mentais. Em muitos casos, as comunidades avaliaram que a tecnologia prejudicou o convívio presencial das pessoas, apesar de ter facilitado a comunicação para desenvolvimento dos trabalhos pastorais.
A maioria das comunidades considera que trabalha de forma produtiva, apesar do baixo número de agentes dispostos a assumir papéis de liderança. A maioria das comunidades considera que seu Conselho Comunitário de Pastoral (CCP) atua de forma participativa, responsável e sinodal e considera que a Paróquia tem evoluído nos âmbitos social, político, econômico, cultural, ambiental e religioso.
Um exemplo de evolução citado com relação aos trabalhos pastorais diz respeito ao cuidado com os pobres, às reformas de casas feitas em mutirão, ao pagamento de água, luz, telefone e compra de medicamentos. Foram ainda citadas ainda a doação de cestas básicas, luta conjunta por melhoria na infraestrutura dos bairros, promoção de debates políticos, eventos ambientais e religiosos bem preparados e em comunhão entre as comunidades rurais e urbanas.
A apresentação foi concluída com as ações propostas pelas comunidades para que os trabalhos futuros sejam frutuosos: investir em missão constante, fortalecer os Grupos de Reflexão, promover a Celebração da Palavra, criar estratégias para aumentar o número de agentes, atrair jovens e famílias para trabalhar, rezar e celebrar juntos.
Em seguida, Gilmar Marques, Jaqueline Ferreira, Márcia Rodrigues e Madalena Jacovine mostraram uma retrospectiva dos trabalhos pastorais desde 2022 até o momento presente. Deixaram os presentes orgulhosos com tantos trabalhos realizados ao mostrar fotos de diversas celebrações, encontros de estudo e formação, construções de centros de pastoral, reformas em capelas e criação de duas novas comunidades: Santa Bárbara e Nossa Senhora do Carmo.
Palavra do Pároco
Também feliz com os resultados alcançados, Padre Geraldo concluiu os trabalhos da manhã, explicando que o tema da assembleia foi extraído do Sínodo 2021-2024 (também conhecido como Sínodo da Sinodalidade) convocado pelo Papa Francisco: “Para uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”.
E fez referência a dom Pedro Casaldáliga, grande defensor dos direitos humanos e dos mais pobres, e a documentos da Igreja para pontuar que “não fazemos pastoral para anjos. Fazemos Pastoral para pessoas concretas que possuem problemas concretos. Não podemos ser alienados do mundo. A pessoa que detesta política faz a pior política. Precisamos conhecer a realidade para que a evangelização não seja como um verniz que não penetra a madeira. Precisamos olhar a realidade com olhos de discípulos missionários”, disse.
O pároco também citou muitos dos problemas vividos no Brasil na atualidade como a polarização (divisão da sociedade em grupos com visões de mundo e ideologias contrastantes), as falsas notícias, as brigas entre Congresso Nacional e Executivo, a regressão em conquistas ambientais, as discussão sobre anistia política, o uso do nome de Deus para se conseguir vantagens etc..
Decisões da Assembleia
Retomando os trabalhos após o almoço, os agentes foram divididos em grupos para avaliar as propostas de ação apresentadas nas assembleias comunitárias, no encontro das famílias e na assembleia de 2022. Cada grupo ficou responsável por escolher três propostas de ação para serem priorizadas pela paróquia nos próximos três anos.
Na apresentação das discussões em grupo, a palavra que mais se destacou foi “juventude”. Todos os grupos pontuaram ser preciso cuidar dos jovens e criar estratégias para aumentar o sentido de pertença deles às comunidades e à Igreja. Em segundo lugar, foram citados os Grupos de Reflexão como importante eventos de oração, formação e catequese. Como última proposta foi missionária, sendo que os agentes acreditam que a paróquia deve atuar em estado permanente de missão.
O último momento da assembleia, foi a eleição dos coordenadores paroquiais e apresentação dos novos coordenadores comunitários. Para que a Paróquia São João Batista continue crescendo em sinodalidade, comunhão, participação e missão, Márcia Rodrigues foi eleita coordenadora dos trabalhos pastorais e Madalena Jacovine, vice-coordenadora.
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