Publicado em: 19/04/2025 18:44:00
Um grande número de fiéis da Paróquia São João Batista acordou bem cedo para participar da Caminhada Penitencial e Via-Sacra da capela do Divino Espírito Santo, no Bairro Laranjal, até a Comunidade Santa Luzia, Bairro Boa Vista. Nesse trajeto, homens e mulheres de diferentes idades se alternaram para carregar uma pesada cruz, lembrando o martírio de Cristo.
A procissão parou em cada uma das 15 estações da Via-Sacra, refletindo sobre a Paixão de Cristo e a Campanha da Fraternidade. Foram citados muitos dos crimes que são continuamente cometidos contra a natureza, como as queimadas, as diferentes formas de poluição e exploração. Os fiéis também refletiram sobre o rompimento das barragens em Minas Gerais e as catástrofes ambientais no Rio Grande do Sul.
A caminhada foi concluída no Bairro Boa Vista, onde há uma comunidade cigana Calon, cujos membros também professam a fé católica. O casal de ciganos Rogério e Adriana acolheu os fiéis que chegaram trazendo a cruz que foi afixada próximo de suas barracas. A Comunidade Calon é um dos grupos étnicos que compõem o povo cigano no Brasil.
No encerramento da Via-Sacra, Padre Geraldo Martins convidou os fiéis a refletir sobre a Campanha da Fraternidade e sobre os problemas ambientais enfrentados pela cidade de Viçosa. Os presentes citaram o Rio São Bartolomeu que é praticamente apenas esgoto, a falta de saneamento básico, o excesso de lixo nas ruas, a falta de um sistema de reciclagem que envolva toda a cidade, as queimadas, a fumaça no Córrego São João que é resultado da queima de madeira para produção de carvão e os maus tratos sofridos pelos animais.
Maria do Carmo Pereira, que atua no Grupo de Reflexão, pontuou que um grande número de famílias em Viçosa depende da reciclagem para sobrevivência e falou da importância da reciclagem de papelão, vidros e plásticos. Além disso, orientou as pessoas a lavarem as embalagens antes de as enviar para reciclar.
Outras pessoas disseram ser importante mantar limpos os quintais e lotes sem construção para evitar proliferação de animais peçonhentos. Ainda falaram sobre a importância de queimar caramujos africanos para evitar sua proliferação e consequentes doenças. Ademais, motivaram o cuidado com as nascentes.
Também foi lembrada a lentidão com que está sendo construída a estação de tratamento de esgoto de Viçosa e o problema do lixo que atinge grandemente o meio rural, onde é descartado todo o material recolhido na cidade. Algumas comunidades, inclusive, já observam a contaminação da água com o chorume dos resíduos.
Encerrando a procissão com orações, padre Geraldo defendeu que a ressurreição de Cristo deve significar um compromisso com a vida do Planeta, começando dentro de nossas próprias casas e concluiu: “Quando ferimos a terra ferimos a nós mesmos”, disse.
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